terça-feira, 9 de agosto de 2011

poesia escrita enquanto olhava meu isqueiro de veneza

Queimei meu futuro
Com o isqueiro que meus pais me deram.
Prateado, brilhava o gravado em italiano: Venezia
A qual, para mim, cheirava a querosene.


Não conheci a Europa:
Mater do meu fogo (produzido na Itália)
O que conheço é o barulho dos canais da mesma Veneza
Cujo som se dá pelo mesmo isqueiro
Quando abro pra acender o meu cigarro;
Quando fecho pra melhor saboreá-lo.


Agora fito meu olho
Mesclar-se com Venezia; desfocado
Não sei se sou eu ou se é o reflexo entorpecido
Sei que a essa altura já perdi tudo:
Dignidade, honra, amor próprio


E o meu último cigarro:
um Camelo fumado pelo vento.

Um comentário: