sábado, 27 de agosto de 2011

poesia do contentamento

Quero lançar minhas palavras mais bonitas à dona dos cachos mais bonitos;
       ao vento não.
Quero uma penca de romances bem marcantes, bem reais, bem excitantes;
       convento não.
Quero todos meus desejos realizados, sentimentos declarados ou do contrário:
       contento-me não.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

a elegia do olhar

Um trilho metafísico de trem
Galgando onomatopeias
Tun ti tun ti tac tec tun
Dissipando-se a o  l o n g e
Recebendo/Dando espaço
TECTECcomprimindoTECTEC!...
As casas entre tijolinhos
E os barulhinhos...
E os estalinhos...
E os ruidinhos...

poesia escrita enquanto olhava meu isqueiro de veneza

Queimei meu futuro
Com o isqueiro que meus pais me deram.
Prateado, brilhava o gravado em italiano: Venezia
A qual, para mim, cheirava a querosene.


Não conheci a Europa:
Mater do meu fogo (produzido na Itália)
O que conheço é o barulho dos canais da mesma Veneza
Cujo som se dá pelo mesmo isqueiro
Quando abro pra acender o meu cigarro;
Quando fecho pra melhor saboreá-lo.


Agora fito meu olho
Mesclar-se com Venezia; desfocado
Não sei se sou eu ou se é o reflexo entorpecido
Sei que a essa altura já perdi tudo:
Dignidade, honra, amor próprio


E o meu último cigarro:
um Camelo fumado pelo vento.