sábado, 31 de março de 2012

            Não fui eu que depositei
            A poeira da minha casa
            Na estante.
            Não fui eu que dividi
            Em preto
            E branco
            (as fotos).

            Não herdei as diferenças.
            Não sou filho do meio,
            Não sou o produto,
            Sou mudança
            A nova geração
            Brasileira.

            Ainda que em desespero,
            Exorcizo
            O passado
            E a poeira da minha casa
            Vou varrendo, vou varrendo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

ouve bem

para G.F.F.


Ouve bem
que eu não quero magoar ninguém:
eu não sou o cara certo
que todo mundo quer por perto.
É tanto defeito
que salta o meu peito
agora.
Eu perco meu isqueiro toda a hora
e não nego:
me entedio mais fácil que me apego!


Eu me rendo a qualquer trova;
Eu prefiro a bossa nova;
Acho morte um papo insano;
Por favor, na minha cova,
quero um verso do Caetano;
E se quiser deitar do meu lado,
sair correndo vida a fora
ou ser meu grande achado,
só ignora
esses detalhes que todo lado ruim tem
que eles ignoram quem me quer também.
Quem me quer tão bem!...